“Você pode ser empresária, mãe, artista, feminista – o que quiser – e ainda assim, ser um ser sexual”, já disse Beyoncé
Nós mulheres somos únicas. Tão únicas que temos um órgão com um único propósito: proporcionar prazer. São oito mil fibras nervosas – mais do que encontramos nas pontas dos dedos, lábios e língua – que o tornam a zona erógena mais sensível do corpo feminino.
Este é o clitóris: órgão que tem aparecido como essencial para disparar o orgasmo feminino e que passou muito tempo reprimido e obscuro – pelo que se tem notícia a primeira tomografia de um clitóris ereto tem apenas 23 anos e só em 2005 ele ressurgiu com força, pois foi neste ano a urologista australiana Hellen O’Connell descreveu a sua anatomia completa.
Hoje já sabemos que a estimulação do clitóris evita dores durante a penetração, aumenta a lubrificação, eleva a temperatura e os níveis de oxigênio e facilita a fecundação.
Então por que para a maioria das mulheres os clitóris são regredidos e mal se vê? A resposta é simples: falta de estímulos.
Assim como músculos, que se desenvolvem quando nos exercitamos, estimular o clitóris ajuda a aumentar seu tamanho e potencial, fazendo com que quanto mais orgasmos você tenha, mais fáceis fiquem os próximos.
Começar a praticar exercícios ou estímulos começa por entender que o clitóris é parte da vulva – nome dado para as partes externas da genitália feminina – e parece um pequeno botão. Mas ele não é só isso. A parte externa, e visível (glande, capuz), é apenas 90% de sua estrutura e as partes internas, que ficam dentro da vagina (ramos e bulbos) fazem com que o órgão chegue a medir cerca de 2cm quando ereto e ter bulbos com até 10 centímetros de comprimento, já que quando a mulher se excita ele incha e cresce com o fluxo sanguíneo.
Hora de partir para a ação? Ainda não. Entrar no clima, sentir-se à vontade, é preciso. Ter maior consciência e compreensão da sua sexualidade, necessário.
Antes de tudo é preciso priorizar um tempo para nós mesmas. O seu, o meu, os nossos minutos diários. Seja para ler, ouvir música, dançar, escrever um poema, examinar uma ideia. Essencial é fazer deste tempo um momento de auto conexão, um lembrete de que você é capaz de sentir.
Depois estenda este tempo para criar uma auto conexão com seu corpo. Seja durante o banho, ou passando um hidratante corporal gostoso ou ainda fazendo uma massagem. Entenda a quão linda, incrível e maravilhosa você é. Sem os filtros, sem as imagens distorcidas, sem se preocupar em se encaixar em padrões que foram estabelecidos e sim conhecendo e aceitando cada dobra, cada cheiro, cada gosto, cada pelo, exatamente por serem como são, por fazerem o seu corpo.
Então, explore-se. Sozinha ou acompanhada, com os dedos, boca e língua se estiver com alguém. Com uma ducha, ou um tecido que proporcione fricção e até mesmo com acessórios: vibradores, estimuladores, sugadores. Comece pelas áreas ao redor, depois tocando o clitóris, sem pressa, com tapinhas leves, de um lado para o outro, fazendo uma fricção de cima para baixo, pulsando, contraindo – cada corpo é diferente e existem muitas formas de estimular o clitóris, então torne a brincadeira gostosa.
E quando chegar lá, fique à vontade para recomeçar explorando outras zonas erógenas. Não somos uma máquina e o clitóris não é um botão, que basta apertar e pronto. Depois que gozamos a zona foi intensamente estimulada não funcionará tão bem, então é preciso experimentar outras.
Para tornar a experiência e a exploração boa, se dedique. Com tempo, com tranquilidade, sem cobranças. Deixe-se chegar no orgasmo e não tenha medo. Podemos sentir Muito Prazer… E trazer esta potência para todas as esferas da nossa vida.
“A mulher que passa a gozar plenamente pode notar essa potência passando a operar em todas as esferas da vida: ela não aceita mais migalhas em nenhum aspecto” – afirma a psicanalista, doula e terapeuta orgástica Mariana Stock, fundadora do Prazerela.
Cultive o desejo em sua vida, mantenha seu corpo e mente sedentos. Seja lendo um conto erótico, ouvindo uma música que te estimula, já para 92% dos brasileiros a música é mais importante durante o sexo do que vestir uma lingerie sensual ou tomar uma taça de vinho antes da relação, segundo um estudo do Deezer, ou pensando mais em sexo. Nada disso é errado. Nem feio. Pelo contrário, é uma ótima forma de aumentar nossa libido e nossa energia vital.
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