Oi! Tem vezes que nem um pedido de desculpas basta, não é mesmo?
Eu sei que em 10 de janeiro, data da nossa última News, nós falamos que estávamos de volta, e que na real não voltamos, afinal, aqui estamos quase 3 meses depois aparecendo na sua caixa de entrada.
Tem explicação? Sim, muitas. Vai resolver esta lacuna deste período? Com certeza não.
A real é que não é fácil escrever, trabalhar e principalmente fazer dar certo algo ligado à sexualidade e ao sexo.
E nestes três meses tudo isso veio à tona como uma avalanche.
Questionamentos, dúvidas, cobranças, preconceitos, distorções. Que junto com as demandas e necessidades do dia-a-dia fizeram com que a Newsletter da Muito Prazer ganhasse o mesmo lugar que muitas vezes o sexo ganha em nossas vidas: o segundo, terceiro, quarto, as vezes até quinto item na lista de prioridades.
Tudo parece mais urgente, mais necessário, mais fundamental. E a News, assim como tantas vezes fazemos com a nossa sexualidade, foi ficando para depois.
Até que este final de semana eu parei para pensar e entendi que este comportamento ia totalmente contra o que acredito. Escrever sobre sexo e sexualidade é fundamental para quebrar as regras e mudar o cenário em que temos vivido.
O mundo está mudando. O sexo também. Esta matéria deste fim de semana da revista Gama fala brilhantemente sobre isso.
E quando eu e a Rafa começamos este projeto foi por acreditar que a libido é uma força vital, que nos move e nos impulsiona para tudo na vida. E, como diz a jornalista e educadora sexual Nathalia Ziemkiewicz, da mesma forma que cuidamos da alimentação, do intelecto, do físico, devemos cuidar da nossa sexualidade,
Então, eu não posso deixar a newsletter de lado! É fundamental e urgente escrever, mostrar, pensar a sexualidade de um novo jeito. De um jeito verdadeiro, feminino, sob uma ótica que ressalte que este é um dos pilares para termos uma vida plena e de qualidade.
Pouco antes de criar a Muito Prazer eu enfrentei uma fase de total anedonia, que é o nome dado para quando você não consegue sentir prazer em atividades que antes considerava interessantes ou agradáveis. Você já teve momentos assim?
Bem, pela minha experiência, o que parece neste período é que nada funciona. Em casa, no trabalho, nas relações. Não sentir prazer impactou toda minha existência e minha atuação.
Reencontrar o prazer foi o meu motivador de atividade. Foi o que me fez redescobrir o bem-estar e o contentamento.
Tenho então como missão levar esse redescobrimento (ou descobrimento) para outras mulheres, para outras pessoas.
Já é cientificamente comprovado que sexo (sozinha ou acompanhada) faz bem. Em 2017 o pesquisador Keith Leavitt, concluiu após um estudo com 159 trabalhadores que o sexo apresenta benefícios sociais, emocionais e fisiológicos, e que é importante torná-lo uma prioridade.
“Dedicar mais tempo para manter uma rotina saudável de sexo deveria ser considerada uma questão de sustentabilidade e, como resultado, uma possível vantagem na carreira.”
Um pouco antes, em outubro de 2016, Carmita Abdo falava sobre a importância do sexo para a qualidade de vida no antigo Café Filosófico, apresentado pela TVCultura
E aqui estamos nós, 5 anos depois, ainda tateando o assunto. Por quê? Por ser muito difícil mudar nossos hábitos. Desde as explicações da neuropsicologia, que ligam as resistências as mudanças à memória implícita e funções executivas, passando pelas crenças que criamos durante a vida, principalmente na infância.
O fato é que criamos e internalizamos regras que com o tempo se tornam inconscientes, ou seja, temos e replicamos comportamentos sem nem ao menos percebê-los.
Só que mudar faz parte da nossa vida, então que tal começar a questionar seus padrões e suas justificativas?
· Você se sente realmente satisfeita?
· Você acredita que a forma como tem lidado com a sua sexualidade é única? Ou gostaria de conhecer mais sobre o assunto?
· Tem pensamentos ou vontades que não costuma expressar?
Estas são só algumas perguntas que podem te ajudar a avaliar todos como anda a sua sexualidade e se é necessário mudar padrões.
O segundo passo é avaliar suas emoções. O quanto seus desejos são seus e o quanto você tem aceitado ideias ou imposições dos outros (sejam parcerias, seja a sociedade)?
Quais bloqueios já te impediram de tornar realidade algo que te parecia atraente ou interessante?
Feito os questionamentos, meu convite hoje para você é: que tal quebrar a rotina?
Ainda que com um pequeno ato, mudar algo é fundamental, afinal, quando nos permitimos pequenas mudanças alteramos também nossa forma de pensar e entendemos que nada tem que ser fixo.
Um beijo,
Tâmara Wink
Ah, esta foi uma conversa muito transparente e pessoal, e eu adoraria saber o que você gostaria que eu trouxesse ou discutisse por aqui, então se você quiser contribuir ou me contar pode escrever para tamara.wink@muitoprazer.club.
E se quiser entender um pouco que fizemos nos últimos 3 meses, dá uma olhada no nosso perfil do Instagram – @muitoprazer.club
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