E eu sou a Rafa Oliveira, Muito Prazer… tenho 40 anos e depois de passar por alguns relacionamentos abusivos e sem finais felizes, hoje me considero uma mulher de bem com a vida e com tudo que conquistei, principalmente, quando falamos de autoconhecimento e amor próprio. Por ser muito comunicativa, sempre tive facilidade em conhecer pessoas e fazer amizades. Minha maior fama é ser uma boa ouvinte e foram nesses momentos que percebi o quanto o sexo ainda é um grande tabu para as mulheres e o problema que isso gera.
Nós somos amigas há 20 anos. E desde o começo desta pandemia temos conversado muito sobre sair do automático – casa, trabalho, contas, relações, responsabilidades, cobranças, expectativas – e buscar mais prazer na vida. E mesmo nos achando mulheres independentes e bem resolvidas, sentíamos que havia algo errado neste “querer mais”. Foi aí que decidimos estudar melhor o assunto.
E percebemos algo tão óbvio e ao mesmo tempo tão velado: crescemos aprendendo que o prazer feminino é errado. E não só o prazer sexual, mas principalmente ele.
Nossa sexualidade – a sexualidade feminina – é um quase um mistério. Basta lembrar das aulas de ciências do ensino fundamental. Aprendemos sobre o órgão reprodutor feminino – útero, ovários, óvulos, sobre métodos contraceptivos, sobre doenças sexualmente transmissíveis – e ninguém nos conta detalhes da nossa anatomia e conceitos de prazer. Quando foi a primeira vez que você ouviu falar em vulva, clitóris, frênulo e nos lábios internos e externos?
Claro, nosso progresso em direção à igualdade dos gêneros acontece a cada dia, só que quantas vezes paramos para pensar que essa evolução também inclui a busca pelo prazer?
O desconhecimento que muitas vezes temos acerca do nosso prazer, causado pela negligência histórica e cultural, por toda a repressão da nossa sexualidade, por tantos mitos e tabus e pela desvalorização do autoconhecimento corporal feminino, nos criam sentimentos de cul-pa e vergonha e nos enchem de bloqueios.
Soma-se a tudo isso um monte de pornografia, roteiros pré-concebidos e conceitos idealizados que transformam a atividade sexual em performática ou, na maioria das vezes previsível e desinteressante.
Liniker, que recentemente lançou um novo álbum, traduziu bem tudo isso ao dizer: “O lugar do desejo, de se colocar em primeiro plano, nunca é permitido para nós, mulheres”
Entretanto o prazer é um motivador de atividade. É bem-estar e contentamento. Não sentir prazer impacta toda nossa existência e atuação no mundo, já diria Wilheim Reich.
Partindo desta premissa, nosso corpo também deve ser fonte de prazer. E Peggy Orenstein complementa, reforçando que a sexualidade deve ser vista como uma fonte de autoconhecimento, criatividade e comunicação.
Foi aí que decidimos criar a Muito Prazer…
O que nós queremos é te mostrar caminhos e possibilidades, é oferecer um espaço de acolhimento, é provocar sensações e permitir que você possa descobrir, aprender e falar das questões ligadas ao desejo feminino, ao sexo e a sexualidade sem vergonha, gerando mais bem estar e felicidade para sua vida.
Queremos te ajudar a desenvolver novos comportamentos. A se abrir para novas experiências, iniciativas, a ter mais repertório para construção de novos roteiros. Queremos te mostrar tudo que possa ser facilitador do prazer.
Por quê? Já é cientificamente provado que emoções positivas com relação ao sexo, boa autoestima sexual e uma boa autoimagem, resulta em maior satisfação. Maior satisfação é maior prazer. Mais prazer é igual a aumento dos estímulos cerebrais, deixando-nos com mais capacidade de fazer conexões, resolver problemas, ser criativa. Mais prazer é mais bem-estar. É mais ânimo. É alcançar uma maior satisfação com a vida cotidiana, ter melhor saúde física e mais facilidade para criar relacionamentos satisfatórios. É se sentir pronta. Para a vida. Para o mundo.
Charis Denison, uma pedagoga da Califórnia diz: “ É difícil quando você busca ter uma experiência sexual com alguém e não sabe o que é bom para você. É difícil permitir que outra pessoa tenha esse poder de decisão. Por isso, se alguém decide se tornar sexualmente ativo com outra pessoa, é muito bom ser sexualmente ativo consigo mesmo antes. É bom para descobrir do que você gosta”.
Então vamos juntas?
Estamos aqui pensando em várias coisas muito bacanas, e vamos contá-las a cada semana, e esperamos que você, por aí, siga nossas dicas e reserve sempre pelo menos 15 minutos do seu dia para o seu prazer.
Pra hoje, que tal entender para onde vai sua atenção e onde está o seu prazer?
Uma ótima forma de fazer isso é experimentando diferentes estímulos. O que você acha de visitar o Tela Preta, a primeira plataforma de áudios eróticos do Brasil?
Ou ler um conto erótico com narrativa feminina , escrito pela Afrodite Anônima
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