Surpresas de uma noite

Entrou no bar e viu que as mesas já estavam todas ocupadas. Havia, ainda, alguns lugares no extenso balcão, onde gostava muito de sentar-se quando estava sozinha. Escolheu um dos assentos e acomodou-se. Então os notou.

Os cabelos de um deles brilhavam de tão negros. Seu sorriso mostrava seus dentes perfeitos e criava duas encantadoras covinhas. O segundo não perdia em nada para o primeiro. Um deus de ébano cheio de sensualidade e pele luzente. Pensou que fazer sexo com qualquer um dos dois seria indubitavelmente interessante. Sempre fora fogosa e sentia seu corpo inflamar-se facilmente várias vezes ao dia.

Tudo nela clamava pelo prazer inefável de um orgasmo. Tentava a todo custo ouvir um pouco da conversa, mas o som alvoroçado do ambiente a impedia. Restava-lhe olhar. Ela possuía um olhar penetrante que usualmente lhe rendia bons frutos. Não foi diferente daquela vez. Em pouco tempo, seus olhares começaram a ser correspondidos por ambos os alvos.

Como não dispunha de rodeios e costumava ser objetiva naquilo que desejava, ela pegou sua taça e aproximou-se dos dois apresentando-se. Logo engataram um entusiasmado papo que rendeu boas risadas aos três. Depois de mais algumas bebidas e voltando a lançar para eles seu olhar profundo, perguntou-lhes:

– Há, nos fundos deste bar, um local mais reservado. Topam ir para lá?

A pergunta inesperada, tanto quanto inusitada, chegou a enrubescê-los. Olharam um para o outro e acenaram positivamente com a cabeça. Seguiram-na. No local indicado, havia apenas um banheiro amplo adaptado para cadeirantes, o que era uma grande incoerência, já que, para entrar no bar, era necessário subir uma escada.

Sem muitas delongas, trancou-se com os dois no banheiro. Ambos não sabiam direito como agir, uma vez que nunca haviam passado por um a situação do tipo e nem estado com uma mulher tão desembaraçada e irresistivelmente intimidadora. Vendo a indecisão deles, iniciou uma massagem em seus membros enquanto ora beijava um, ora beijava o outro.

Habilmente, abriu os zíperes de suas calças e tirou os dois pênis para fora, facilitando ainda mais a masturbação já iniciada. Era evidente o tesão que os desconhecidos sentiam. Os dois começaram a acariciá-la em todas as partes do corpo. Seios, ombros, nádegas, coxas, vulva… seu vestido leve e de tecido fino facilitava o caminho das mãos, que subiam e desciam formando um balé gracioso em suas curvas.

Repentinamente, ela ajoelhou-se diante deles e principiou, com destreza, movimentos coordenados nos dois ao mesmo tempo. Enquanto masturbava freneticamente um, engolia o membro do outro. Os amigos se entreolhavam até com certa incredulidade, mas seguramente exultantes. Já ela se deliciava e os chupava vorazmente, lambuzando seu rosto, lambendo cada parte com muito apetite.

No comando daquela circunstância, levantou-se abaixou as alças de seu vestido deixando a mostra seus fartos seios. Sem precisarem de ordem, cada um pegou um seio para si e chuparam-nos com o vigor de quem necessita daquilo para sobreviver. Cada um possuía seu próprio ritmo e estilo naquela empreitada e sentir vibrações diferentes dos dois lados do corpo a enlouquecia.

Vagarosa e gentilmente, começou a levar as duas cabeças para baixo. Um deles, já abaixou-se puxando sua calcinha, que, a àquela altura, já estava encharcada. O que tirara a calcinha foi o primeiro a chupá-la. No entanto, ela queria mais. Ela sempre queira mais. Abriu mais as pernas e chamou o outro com um sinal. Instaurou-se, deste modo, um sexo oral duplo que envolveu toda a sua vulva. Assim como as mãos haviam percorrido de cima a baixo o seu corpo, as duas línguas percorriam sua pequena grande menina com sofreguidão. Eles a sugavam como se estivessem ingerindo água em um escaldante deserto. Assim sendo, ela chegou ao orgasmo. Precisou conter a euforia do momento para que seus gemidos não fossem ouvidos.

Os dois homens, também já explodindo em tesão, afastaram-se um pouco e começaram a se masturbar olhando para o prazer que ainda emanava dela. Era o próprio retrato do deleite. Quando percebeu que o gozo vinha chegando também para eles, ela velozmente ajoelhou-se e preparou-se. Gozaram abundantemente em sua boca. E ela sorveu cada gota com avidez como gostava de fazer. Os dois escoraram-se na parede, pois sentiram as pernas amolecerem.

Após recuperarem minimamente o fôlego, recompuseram-se, saíram do banheiro e voltaram para o bar. Ela pagou sua conta e despediu-se dos dois. Um deles questionou com certa perplexidade se não iriam trocar seus números, ao que ela, com naturalidade, respondeu:

– Estou satisfeita por hoje.

Caminhou por entre as mesas sem olhar para trás. Saiu do bar com a mesma despretensão com que chegara. Aos dois amigos, restou sorrirem atônitos e prometerem um ao outro voltar aquele lugar para, quem sabe, encontrar a mulher mais misteriosa e autoconfiante que já haviam conhecido.

Conto escrito por Helen Garcia

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