Pode parecer confuso, mas não é.
Já tradicional no Brasil, o Outubro Rosa tem tomado as redes sociais e os meios de comunicação. Diversas marcas se posicionam mostrando seu apoio à conscientização para o controle do câncer de mama.
O mesmo aconteceu com a o veto do presidente à distribuição gratuita de absorventes femininos para estudantes de baixa renda e em situações de rua, que era a principal medida do Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual (Lei 14.214), sancionado no último dia 07. Pessoas e marcas foram as redes mostrar sua indignação.
E para os dois temas, nós percebemos um aspecto muito pouco abordado: o impacto na sexualidade.
Pode parecer confuso, mas não é.
Primeiro, precisamos entender melhor o que é sexualidade, já que o termo é bastante abrangente, engloba vários fatores e não tenha uma definição única. Depois precisamos reforçar, que embora o conceito de sexualidade se confunda muito com o do sexo, um não necessariamente está relacionado ao outro. E sexualidade não remete só à relação sexual.
O que é então, sexualidade?
Nós entendemos sexualidade como energia. Como vida, como autoconhecimento. Como tudo aquilo que somos capazes de sentir e de expressar. Sexualidade é bem-estar. É felicidade pessoal.
Para não ficar só na nossa percepção trouxemos o conceito de sexualidade da OMS (Organização Mundial de Saúde):
“Sexualidade é um aspecto central do ser humano ao longo da vida; ela engloba sexo, identidades e papéis de gênero, orientação sexual, erotismo, prazer, intimidade e reprodução. A sexualidade é vivida e expressada por meio de pensamentos, fantasias, desejos, crenças, atitudes, valores, comportamentos, práticas, papéis e relacionamentos. Embora a sexualidade possa incluir todas essas dimensões, nem sempre todas elas são vividas ou expressas. A sexualidade é influenciada pela interação de fatores biológicos, psicológicos, sociais, econômicos, políticos, culturais, jurídicos, históricos, religiosos e espirituais.”
Entendida a amplitude da sexualidade, voltamos a nossa questão. Quando uma mulher é impactada por um dos dois aspectos que falamos no início: o diagnóstico de câncer de mama ou a falta de absorventes, não é fácil manter sua sexualidade normal.
Abrindo um parêntese, na verdade, a sexualidade como instrumento de felicidade pessoal já não muito comum, principalmente para nós, mulheres, que estamos mais sujeitas às críticas, avaliações e questionamentos morais.
As duas situações colocam as mulheres em situação de vulnerabilidade, diminuem seus sentimentos de felicidade, força, poder e segurança e impactam a autoestima.
Muitas se privam de suas ações e rotinas por medo, vergonha, indisposição e insegurança. E assim, estas pessoas criam uma má relação consigo e com o seu próprio corpo, o que se inter-relaciona com a satisfação sexual e também com a realização pessoal, comprometendo de forma significativa o bem-estar e a qualidade de vida destas mulheres.
Entendendo o tamanho deste impacto, nos perguntamos: como podemos ajudar?
Em cada um dos temas, existem diversas iniciativas e vamos compartilhar com você algumas delas:
Absorvendo amor – ONG dedicada ao combate à pobreza menstrual
Fluxo sem tabu – projeto que fornece absorventes para as camadas mais vulneráveis da sociedade
Dona do Meu Fluxo – ação de empoderamento feminino (workshops + doação de coletores menstruais)
Projeto Luna – projeto para reduzir a pobreza menstrual no Brasil
Coletivo Pink – acolhe pacientes com câncer de mama e suas famílias
Peito Aberto – projetos e atendimentos a pacientes com câncer de mama
Vamos ajudar?
E claro, não podemos esquecer de nós e de nosso dia a dia. Como podemos olhar melhor para nossa sexualidade e trazer o autocuidado para nossa rotina?
Comece prestando atenção em si mesma. Esqueça tabus e mitos a respeito de sexualidade, sexo e menstruação. Faça o que você gosta. Reserve um tempo para você e aproveite para fazer o autoexame.
Crie uma relação intima com seu corpo: entenda seus ciclos, suas proporções e se aceite como a mulher maravilhosa que você é!
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